Orientações e diagnósticos sobre obras paradas nos Municípios são reforçados em Seminário Técnico da CNM

O diagnóstico das obras paradas nos Municípios brasileiros foi debatido durante os Seminários Técnicos da CNM desta terça-feira, 18 de julho. Na oportunidade, além dos números, foram apresentadas recomendações e orientações aos gestores. 

Inicialmente, o consultor da Confederação Nacional de Municípios (CNM) Eduardo Stranz apresentou levantamento feito pela entidade do panorama das obras paradas municipaisNa oportunidade, ele ressaltou que cada ministério tem seu regulamento e que alguns problemas operacionais interferem no processamento das obras no sistema. “Temos obras que já foram realizadas e que, no sistema, consta que nem começaram”.

Entre as obras paradas nos Municípios, foram levantados dados relacionados à área de habitação. De acordo com a analista técnica em Planejamento Territorial e Habitação da CNM, Karla França, o levantamento de 2009 a 2020 mostra que um a cada três Municípios no país possui uma obra não finalizada no setor. “Estamos pleiteando uma avaliação e um cronograma físico-financeiro da retomada das obras e da conclusão das obras desmobilizadas. É importante o gestor ter um indicativo”, disse.

Educação

Já o cenário na educação foi apresentado pela analista técnica da área na CNM Nathalia Cordeiro. De 2007 a 2022, identificou-se 19 mil obras de educação paradas em 4.852 Municípios. Na oportunidade, a especialista ressaltou uma importante conquista da última edição da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, anunciada pelo ministro da Educação, Camilo Santana: a MP 1.174/2023, que destina R$ 4 bilhões a Estados e Municípios até 2026 para a conclusão destas obras.

A MP reforça o prazo de 60 dias, ou seja, até 10 de setembro, para que os gestores municipais acessem o sistema e definam se querem ou não querem retomar a obra. “É necessário avaliar a viabilidade, a razoabilidade e a capacidade financeira para honrar com as contrapartidas e verificar a possibilidade de se manter a unidade escolar. A não manifestação do Ente pode implicar que a obra seja cancelada e o cancelamento da obra implica na devolução dos recursos já repassados e a impossibilidade da retomada da mesma”, destacou. 

Sobre a questão da retomada das obras, a presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Fernanda Pacobahyba, reforçou a importância de o gestor fazer a indicação da obra. “Vamos precisar dessa anuência dos Municípios. Precisa dessa vontade dos Municípios em querer retomar a obra. Eu faço sempre essa ressalva: tenha o máximo de responsabilidade na hora de retomar. Adequem a realidade da educação no seu Município para que seja uma retomada responsável.”

Dificuldades

gerente nacional de Soluções em Operações de Governo da Caixa Econômica Federal, Heberth Seabra, apresentou dados do banco sobre as obras paralisadas de acordo com vistorias realizadas. O principal motivo de paralisação apontado é a dificuldade técnica do tomador (36,8%), seguido por dificuldade técnica da empresa executora (15,3%) e de fatos ou eventos não previstos (13,1%).

Em caso de obra parada, o gerente orientou os gestores municipais a buscarem uma solução o mais rápido possível. “Assim a retomada da obra precisará de operações mais simples”, afirmou. Ele também apresentou um passo a passo com instruções para evitar a interrupção de obras e, se for o caso, retomar. 

Painel de obras

Auditores na Unidade de Auditoria Especializada em Infraestrutura Urbana e Hídrica (AudUrbana) do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Núcleo de Dados de InfraestruturaRommel Brandão e Fabio Baptista abordaram a Metodologia do Painel de Obras Paralisadas do órgão. De 21.007 obras monitoradas, o painel aponta que 8.603 estão paradas. “Publicamos em formato de painel no ano passado, para que o cidadão também possa acompanhar”, apontou Brandão. 

Dificuldades de padronização normativa do que é uma obra parada para os órgãos foram apontadas pela diretora no Departamento de Transferências da União da Secretaria de Gestão, da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, do Ministério da Economia, Regina Lemos. Para solucionar esse problema, ela apontou que foram criados o Decreto 10.496/2026 e a Portaria 25.045/2020 e que, agora, todos devem estar alinhados. Na ocasião, ela também tratou de ferramentas da União, como o Obrasgov.br, o Transfere.gov.br e o Painel de Obras.

Também participaram do seminário a diretora de Gestão, Articulação e Projetos Educacionais do FNDE, Flávia Schmidt, a analista técnica da área de Transferências Voluntárias da CNM, Alessandra Ferreira, e a consultora da entidade Marli Burato.

Da Agência CNM de Notícias

Fonte:https://www.cnm.org.br/comunicacao/noticias/orientacoes-e-diagnosticos-sobre-obras-paradas-nos-municipios-sao-reforcados-em-seminario-tecnico-da-cnm

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